12/06/2019 - 10:04

Escritor fala sobre achar o extraordinário no ordinário

"Pessoas invisíveis no contexto de um mundo que é tão corrido". Esta foi a frase usada pela diretora-geral da Escola de Contas e Gestão do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (ECG/TCE-RJ), Karen Estefan Dutra, para apresentar o livro ‘Ferrugem: a corrosão do tempo sobre as coisas e as relações', que foi tema do ‘Encontro com o autor' desta quinta-feira (06/06). No Espaço Multiuso da Biblioteca Sergio Cavalieri Filho, o escritor Marcelo Moutinho recebeu os servidores para um bate-papo sobre a sua obra e provocou o público: "por que não achar o extraordinário no ordinário?".

Como introdução, o autor voltou à sua infância vivida em Madureira. Após obter sucesso em seus dois primeiros livros lançados na carreira, Marcelo percebeu que poderia aproveitar suas raízes em sua literatura. Destacou, então, um dos 10 contos do livro, o ‘362', baseado no olhar de uma trocadora de ônibus, que normalmente não é o foco da maioria das narrativas. "O crescimento das redes sociais agravou a nossa perda de capacidade de enxergamos a história de vida de quem está na nossa frente", afirmou para justificar a escolha alternativa.

A reunião de contos que remetem ao seu conhecido subúrbio sob uma ótica incomum, acabou dando ao escritor o prêmio Clarice Lispector da Biblioteca Nacional. Para Marcelo, o tempo tende a inverter as relações interpessoais e materiais. Mas a obra busca mostrar as realidades invisíveis para trazer à tona que "é possível encontrar o excelente na rotina e que o ferro pode vencer a ferrugem", em uma brincadeira com o título do livro.

O projeto ‘Encontro com o autor' é uma iniciativa da ECG, sob a responsabilidade da Coordenadoria de Estudos e Pesquisas (COE) com a colaboração da Biblioteca Sérgio Cavalieri Filho, que tem o intuito de convidar autores para apresentar e lançarem suas obras, gerando reflexões do interesse dos servidores públicos.

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